terça-feira, 31 de maio de 2011


Fui alfabetizada por minha avó, Anália, aos 04 anos de idade, que utilizava aquelas folhinhas finas dos cadernos de desenho para que através dos decalques, eu conhecesse as letras. Minha mãe costumava contar histórias que me deixavam maravilhadas antes do sono chegar. Hoje, acredito eu, que eram inventadas. E por isso mesmo, agora me encantam ainda mais...Os livros faziam parte da rotina de meu pai e de nossas vidas, mesmo para os meus irmãos que não se aventuravam em suas páginas. Eu era uma menina ávida por eles. No recreio, nas férias, nos finais de semana...Mas desde muito cedo eu costumava ser tomada por uma profunda melancolia, a princípio incompreensível, nos finais de tarde. Na infância ela se transformava em choro. Aos dez anos, em devaneios e aos onze, em versinhos nos cantos das páginas. Ao longo de todo esse tempo, fui perseguida por esse desejo de escrever e de transformar esse bolo melancólico que me persegue, em linhas. Acredito eu, que essa mistura de família com letras, de cuidado com escrita, de livros em plena infância e de encantamento nas noites, foram grandes responsáveis por esse desejo incontido. Eram tão poucos recursos naquela época, mas tamanha criatividade! Hoje vejo uma infinidade de ferramentas, em livros, em rede, em tecnologia, e tamanho vazio! É como se no universo, se instaurasse o caos...


P.S. Para celebrar a criatividade, uma foto de Ileci Ramos, que partiu sem que houvesse tempo de nos despedir, entre seus personagens... O ano foi 2007... O cenário, a Praça Mãe Josina, no cais...


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