quarta-feira, 29 de julho de 2015



Com o tempo eu fui aprendendo a silenciar
a me calar nas mudanças 
a não relatar de minh'alma
as inconstâncias.
Com o tempo eu fui aprendendo a aparentar essa calma
para não demonstrar o barulho
das emoções.
Com o tempo eu parei de contar aos quatro cantos
os meus planos para o futuro
e a agonia das minhas sensações.
Assim me livrei dos maus agouros
e do falso propagar.
Dos burburinhos,
do fervilhar...
Com o tempo
foi esse calar dos movimentos
eu aprendi
a ouvir o silêncio...
                    
                                   (Tâmara Rossene)

P.S. Na foto, a serra da Barriguda...


quarta-feira, 1 de julho de 2015

Não sei se sou eu
ou a lua que muda
num dia estou contida
no outro
desnuda.
Não sei se sou eu
ou a forma como sopra o vento
num dia sou puro êxtase
no outro
tormento.
Não sei se sou eu
ou a tábua das marés
num dia sou...
quem sou?
No outro
Mulher.
Não sei se sou eu
As estações
os movimentos
ou se é o que primeiro me alcança
sou eu nessa eterna inconstância...
       (Tâmara Rossene)

P.S. Na foto, um momento de mudança, Belo Horizonte, 2001.