terça-feira, 26 de julho de 2011




No último final de semana, ocorreram o XXV Festival de Poesia de Ibotirama - FEPI e o XXXV Festival de Música Popular de Ibotirama - FEMPI, etapa local. O coreto da Praça Ives, com uma platéia entregue a música e a poesia, me lembrou a Castro Alves, “A praça! A praça é do povo/Como o céu é do condor/É o antro onde a liberdade/Cria águas em seu calor". Surpreendente a participação de tantos jovens no palco e na torcida. Mais surpreendente ainda, o amadurecimento de meninos e meninas que viemos acompanhando a cada ano. O nível das composições graças a Deus, se elevou. Ibotirama, aos poucos, parece estar acordando do sonho desagradável de competir de forma tão desigual com os que vem de fora. Estamos recuperando a capacidade de representar a nossa terra, em pé de igualdade!
Com relação aos resultados da etapa local, acredito que sempre haverão controvérsias. Reservar-se a imparcialidade é tarefa dificílima, acredito eu, para os jurados. E depois, vem a empatia, ou o contrário desta, o entendimento da mensagem, os sentimentos que afliguem cada indivíduo que se posta a frente dos candidatos para julgá-los! Sendo assim, é impossível agradar a todos. No entanto, o mais importante é perpetuar esses eventos, tornando as novas gerações comprometidas com o seu acontecimento, a cada novo ano... Aos que continuam acreditando e que se dedicam a essa causa (não cito nomes para não ser injusta, caso a memória me traia), apresento minhas reverências...

domingo, 17 de julho de 2011





- VIDAS -
Não sei se existem outras vidas.
Mas, essa que ora presencio, me parece como muitas....
É um entra e sai de pessoas,
um vai e vem de fatos,
um rol de mágoas,
cestos de alegria
e choro rolando pelos anos.
Sou uma e tantas em faces que desconheço.
Tâmaras mil em cenas,
roteiros,
vidas...
Me estilhaço,
me recomponho
e sigo...
Como se nunca tivesse sido...
(Tâmara Rossene)

P.S. Fotos do Vale do Capão, Palmeiras, Chapada Diamantina

quinta-feira, 14 de julho de 2011


A realização da etapa local do Festival de Música Popular de Ibotirama - FEMPI e do Festival de Poesia de Ibotirama - FEPI, está se aproximando. Em agosto, com a etapa nacional, ocorrerão a 35a e 25 edições. Me impressiona que os Festivais continuem resistindo bravamente por aqui... Eu já cantei e já declamei em passados remotos. Fiz parte do grupo Viva Voz, com Jackeline e Janaína, entonado músicas de Reginaldo Belo e Cleiton Araújo. E ousei recitar poemas meus e do meu pai. Tive o privilégio de assistir Silvio Araújo, Lamartine, Reizinho, Humberto, Paulinho Cavalcanti, Jarbas Essi, Evilásio Leite, Juarez Paulo, Washington Coutinho, e tantos outros, na ACRI, no Cenecista, na Praça Ives, no Cais, e em tantos palcos montados em Ibotirama. Uma jóia rara para cidade a realização desses eventos, com tanta expressão cultural sucumbindo a mercantilização da cultura. É verdade que a platéia tem minguado. Mas também tenho visto crescer a cada ano a participação dos jovens na etapa local. Os que vem de fora, acrescentam e mostram que não estamos sozinhos! Na próxima sexta, dia 22, espero ver a Praça Ives lotada!
Acima, posto uma foto do FEMPI de 2006. As personagens da fotografia são Manuela Rodrigues, minha cunhada talentosíssima e Mariana, tão pequenina, tocando metalofone. A música foi Desejo Batuque. Aproveito para colocar o link do site de Manuela com o seu novo trabalho, que está recebendo elogios da crítica de todo o país. Acessem, pois vale a pena.

quarta-feira, 13 de julho de 2011


Sinais

Não me agradam

Essas marcas

Assim tão desnudas

Impiedosas rugas

Meu rosto em cicatrizes

Como claras trilhas do que senti.

Ó não queria estar assim despida

Em frente aos espelhos

Nem esses sinais

Que como luzes vejo

Reflexos inversos

Do que queria ter vivido.

Quisera eu preenchê-las

Com amores, sonhos, mundos

Que deixei pra trás.

Trincheiras minhas

Oportunidades perdidas

Córrego que se esvai...

(Tâmara Rossene)


P.S. Eu em pose para Mari em Barra do Jacuípe.

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Quando eu voltava para casa, em Salvador, gostava de acreditar que a Paralela era o corredor verde que me levava de volta... Seis anos se passaram, e de lá para cá, a reserva de mata atlântica que margeava parte do caminho que eu percorria, está dando lugar ao concreto dos condomínios e prédios. Talvez por isso um frio tenha percorrido a minha espinha, quando eu vi o primeiro outdoor anunciando o Alphaville na Paralela.
Á partir daí, tudo foi num piscar de olhos! As tais licenças ambientais, foram exemplos de celeridade e de eficiência na máquina pública! Para se ter uma idéia, já acompanhei projeto para tratar de educação ambiental ter a sua licença liberada com mais de um ano da solicitação. No entanto, para destruir nossa pequenina floresta, em míseros 03, 05, 06 meses, estava tudo resolvido. E pensar que me incutiram a idéia de que a reserva daquela mata seria para sempre... Ah, mas uns pedacinhos de vegetação e de lagoas sobrevivem enfeitando os condomínios de luxo ali construídos! Bem que Malthus previu que a população cresceria em proporção geométrica e os alimentos, em proporção aritmética. Mas, por alimentos entenda-se que "a gente não quer só comida" e aquela velha história... Então, o que era patrimônio nosso, termina sendo privilégio da pequena maioria que pode pagar por ele. E depois vem o tal problema central da economia "as necessidades são ilimitadas e os recursos escassos". Logo, quem pode pagar, leva. É a lei do mercado.


Laissez Faire
É permitido explorar
escravizar
manipular
se apropriar.
Enquanto a mão
que está bem visível
calça luvas
compradas pelo Sr. estado.

Tâmara Rossene