quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Essa chuva caindo assim fininha, me parecem lágrimas, por D. Angélica que se foi ontem...Pra minha mãe, Dinda Angélica. Aliás, para muitos da família que se acostumaram a chamá-la dessa forma...Há mais de setenta anos Santo Antonio se alegrava com suas novenas, trezenas...Desde muito menina vovó Anália me conduzia nas férias, até a rua Primeiro de Janeiro, a me deliciar com com seus quitutes, seus cantos e suas rezas. Agora talvez, tenha ido fazer coro com minha avó... Apesar de seus noventa e poucos anos, ainda era moça, pois não se deu aos desfrutes mundanos. Então, além de rezadeira, também era anjo... E tinha uma memória que era um espetáculo! Deixou um "q" de saudade e também de perda em nossas tradições que já andam tão esquecidas... Mas Santo Antonio certamente a estará esperando para tomá-la na mãos...

domingo, 20 de novembro de 2011


Na última sexta, estive observando a caatinga em seu movimento de renascer, a cada ano... A vegetação, que durante a maior parte do tempo parece uma floresta morta, com seus gravetos frágeis e nus, se transformou em mata exuberante! Eu sou encantada com essa capacidade. Se me perguntassem hoje, qual habilidade eu gostaria de ter, a minha resposta seria: eu queria ser caatinga... Abaixo, posto um poema que deveria estar aqui no aniversário de Paloma, no finalzinho de outubro. Pela capacidade que ela tem de transformar as fragilidades em conquistas. Acima, uma foto tirada por Mariana, da paisagem transformada...

Olhos de Paloma

Profundos e advinhos.

Tão Negros

Que me perco e me intimido.

Ousei mentir pra você

Não consegui fixar-me em teus olhos.

Estou nua

Exposta a esses faróis inquisidores.

Olhos de Capitu

A esconder verdades, mentiras

Certo, errado,

Nesse poço de dimensões profundas

E intenso brilho.

Cantei pra conter o teu choro

Quando você nasceu

Nunca me esquecerei

Dessas duas faíscas luminosas

Que me olharam.

Teu olhar é lindo

É intrigante!

Se eu tivesse olhos assim,

Ganharia o mundo

E o colocaria inteiro a meus pés

Totalmente hipnotizado.

(Tâmara Rossene)