domingo, 25 de outubro de 2015



Calaram Cida
no mato ao lado da Avenida
onde ela brincava de esconde-esconde.
Calaram Simone!
ali, próximo ao ponto de ônibus.
E ninguém ouviu
o grito que não saiu
da garganta de Maristela.
Calaram meninas pretas, brancas, pardas, amarelas...
Mas não sei porque
vozes e dedos em riste
ainda se levantam contra elas.
                           (Tâmara Rossene)


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Nós já tivemos essa relação direta de sobrevivência com o rio... Quando ele era o principal meio de locomoção e o promotor das trocas comerciais. Mas depois vieram a rodovia e as novas formas de produção. E nos julgamos independentes do ciclo que se entrelaçava com o Velho Chico. Nossos sentidos e nossos caminhos estão noutros lugares. E tolamente acreditamos que o São Francisco é apenas a paisagem. Talvez por isso, só haja o rio que é pano de fundo das fotografias, o que que está sempre por detrás de nós, essa contemplação, sem qualquer ação...