domingo, 30 de junho de 2013



Quando os fogos estouravam anunciando a Procissão de São Pedro no rio, meu coração de menina entrava em festa! Como eu queria descer o rio num daqueles barquinhos ornamentados e me juntar as vozes, aos cantos, ao andor todo enfeitado...Ontem eu senti o mesmo pulsar quando vi as embarcações enfileiradas no São Francisco. Embora o número de barcos estivesse reduzido (ainda que o número de pescadores cadastrados tenha crescido), essa tradição que se mantém, é sinal de que ainda estamos atentos aos costumes, aos ritos, a nossa alma barranqueira...Por segundos, me vi pequena de mãos dadas com minha avó Anália, atenta as reverências ao Padroeiro dos Pescadores. Viva São Pedro! Viva as nossas tradições!

sexta-feira, 28 de junho de 2013



Hoje estou sofrendo de saudade... de tentar aprender a letra de uma música e de passar horas tentando compreender a cabeça do autor, em uma palavrinha que me intrigou. De reeler Cem anos de solidão, sem pressa para virar a próxima página. De ficar horas a fio olhando nos olhos do meu amor, repetindo histórias que vivemos e que ficaram esquecidas pelos cantos. De tomar um café com a minha mãe, deixando a tarde andar, sem pressa. De narrar histórias para os pequeninos da família, imitando a voz dos personagens e fantasiando junto com eles. 
Hoje eu quero as pessoas que eu já não vejo, as falas que eu já não ouço, hoje eu quero também o ócio... Hoje estou sofrendo de saudades de mim mesma.

P.S. Abaixo, num momento de leitura no quintal, com João e Luís Antonio...
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sexta-feira, 7 de junho de 2013


Nas décadas de 60 a 70 observou-se um movimento acentuado de migração, de residentes aqui de Ibotirama, em busca de regiões mais desenvolvidas para sobreviver. São Paulo era o "Eldorado" de muitos! assim como outras cidades do Sudeste e do Centro-Oeste. Anos se passaram e o movimento migratório continua, porém as distâncias se encurtaram. Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, tem recebido muitos de nossos conterrâneos, em busca do pão de cada dia. Mas, no passado era muito difícil ver um filho retornar a terra mãe. Mesmo aqueles que saíam apenas para estudar. Agora, tenho observado esse movimento acontecer. Temos visto filhos da terra que partiram e que agora voltam prá os braços do Bom Jardim. Muitos, com formação profissional, o que só nos engrandece. Eu mesma cumpri esse ciclo. Romantismos a parte, acho bacana essa coisa de termos saído em busca de crescimento e de voltarmos para contribuir com a terra que nos pariu. Se as oportunidades fossem maiores nos pequenos municípios brasileiros, essa realidade inverteria a lógica de buscar os grandes centros. Os aglomerados urbanos se reduziriam, junto com os bolsões de pobreza. Isso sem falar dos vínculos reatados, dos cordões reconstituídos, da história interrompida que agora recomeça...

P.S. Acima, a festa de São João, também de volta, no correto...