quinta-feira, 23 de junho de 2011
Memórias Juninas
quarta-feira, 22 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
Ah, essa saudade de meu pai...inevitável e infinita...Prá acalentar o peito, uma poesia dele, chamada Lágrima...
Lagrima cristalina,
Gôta benfazeja e cálida
Desprendida suavemente
Do recôndito d’alma
Espargida docemente
Como fios de prata
Por vale sentimental
De sereno ou agitado
SEMBLANTE.
Feliz de quem consegue vertê-la
Nos momentos de comoções vividas
Conscientemente
Valorizando o que ela encerra
Bendita, puríssima gôta
De puríssimo
Significado...
( Orlando Ribeiro de Andrade)
P.S. O olho da foto, é de Mariana...
Mundos interiores
Eu tenho mundos dentro de mim.
Por mais que eu ande
Jamais conhecerei os continentes
Que aqui habitam.
Sou forasteira
Em terras que me retratam
Ilhotas em mares longínquos
Banhadas em águas turvas.
E quando penso que cheguei a um ponto
Às vezes é preciso retroceder o passo
E percorrer todo o caminho.
As trilhas nem sempre são claras.
Por vezes essa natureza torpe
Que me aflige
Vai apagando o que era claro
diluíndo o compreensível
e num momento de descuido
me banhando em seiva bruta de mistério.
Vago entre planetas
Atrás de mim mesma
expandindo meu pensamento
dentre nebulosas constelações
Enquanto me vejo
Cada vez mais distante
Enquanto me perco
em erratas incorrigíveis.
Sonhos desfeitos e refeitos
contradições cotidianas
reacesas no metamorfosear da lua.
Um dia darei a volta nesse mundo
Eis o grande enigma!
A cada dia novos deles se formam
A cada instante me afasto do velho mundo
A cada segundo eu sou Gaia
em revolução
expansão
mutação...
(Mariana Bomfim e Tâmara Rossene)
P.S. Acima, uma foto minha com Mari, quando ela tinha entre 1 a 2 anos. Agora, minha parceira de poesia...
Como não consegui carregar, o link da poesia interpretada por Mariana...
http://www.youtube.com/watch?v=WGZXeBfNI3Q
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Acordei pensando nos meus problemas... Ao longo do dia, me deparei com pessoas vivendo sob condições de extrema miserabilidade e conflitos que passam longe de mim... Os meus problemas mais uma vez foram reduzidos a pó... Bendito trabalho que me situa em meio a realidade que me ronda! Terminei o dia agradecendo aos céus a capacidade que ainda me resta, de enxergar além das aparências e de conseguir me colocar sob a pele do outro, apesar do sentimento de impotência que me corrói... Que eu não seja acometida pela frieza da miséria rotineira, como tantos, que pela proximidade frequente com o sofrimento alheio, terminam por desconsiderá-lo. Há tanto a escrever sobre isso, mas ao mesmo tempo, há tantas divagações, que temo ser piegas... Lembrei-me agora, do livro Olhai os Livros do Campo, de Érico Veríssimo, que li por indicação de meu pai. Apesar de ter sido escrito em 1938, é atualíssimo. Abaixo, transcrevo um trecho dele, para que reflitam.
"Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles? É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.
Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços.
É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão. Quando falo em conquistas, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação".
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Hoje é dia de Santo Antonio...
Viva Santo Antonio,
São Pedro
e São João!
P. S. Na foto, procissão de São Sebastião. À frente do andor, adivinhe quem eram os anjos? Euzinha de vermelho e Orlamara, minha irmã, de branco. O procurador da festa foi Seu Enock Assis e me lembro de ter tomado o famoso café do procurador, na sua residência, ali na rua do INSS...
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Nego de Ló
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Uma poesia de meu pai...
Viagem
Minha viagem dourada
Nos braços da primavera
Transpondo a brisa perfumada
Exalada das cores da ilusão,
Sinto gosto outonal
Aspiro perfumes sublimes
Descendo em pétalas dançantes
Sobre o caminho palmilhado,
Anseio a vida desejada,
Onde a ventura
E a realização
Não seja sonho impossível.
Trasbordando ao som de musicas
Angelicais
Na sonoridade de mágicos violinos
Sou mais feliz
M O R T A L...
(Orlando Ribeiro de Andrade)
P.S. João Marcelo, em clique meu...
Minha filha é morena
como as tardes
em que o escravo cantava
boi da cara preta
prá o seu filho.
O pai dela canta agora L-I-V-R-E.
Mas de soslaio
ainda olham
brancos miscigenados
disfarçados
senhores sem trono
mas escravizados
na lupa medíocre
em que olham o mundo!
(Tâmara Rossene)
P.S. Crédito da foto - Mariana Bomfim, por ela mesma.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Me alfinetam
alheias ao que tenho a cumprir.
Me levam de um lado a outro
costurando cenas pelo tempo.
Me lançam em poço de remorsos
e alegrias súbitas.
Sem aviso e sem preparo
naufrago em viagens
da sarjeta aos céus.
Não sou senhora de mim
antes cacos colados
Ao toque da ampulheta.
Elas me apontam
a qualquer hora
apenas para mostrar
O que sou.
Apenas para lembrar
quem eu sou!
(Tâmara Rossene)
(No frio de Vitória da Conquista, em 2008, casa de Mamy, em pose para Celo e em poeminha meu)