terça-feira, 19 de novembro de 2013

 No Grupo de Reisado do Cantinho, uma imagem do bisavô no tambor, o avô na viola, a mãe sambando e o bisneto de pouco menos de três anos, sambando e investindo os pequenos dedos no toque da caixa...Apesar da tradição estar se enfraquecendo ao longo dos anos, essa visão me encheu de alegria! Algo que se perpetua pela crença, sem esperar recompensas. Almas devotadas a continuar o que vem se arrastando pelas gerações...Música, reza, dança...Perpetuar o que nos deixa felizes. Pés descalços, casas humildes, barrigas quase vazias e eles ali, celebrando os Santos Reis. Muito mais felizes do que as casas abarrotadas de comida e presentes, nos Natais que cultuamos. Sem árvores, sem enfeites, sem luzes coloridas. São eles mesmos a reluzirem...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Eu admiro essas senhorinhas muito frageizinhas, que andam quase encurvadas, como se fossem quebrar ao meio e se sentam nos primeiros bancos das Igrejas. E que fazem suas preces como se tivessem o olhar num mundo sagrado e pra tudo tem um "Deus acompanhe" e que seguram fervorosamente os seus terços, como se neles se apoiassem para dar os seus passos. Muitas vezes elas resgataram a minha incredulidade, perdida em meus ideais mundanos. Pois só de olhar para elas, tão cheias de fé, em suas mãos miúdas e nas línguas afiadas em preces, era como se Deus as tivesse escolhido para revelar uma dimensão da qual pessoas feito eu, não pudessem enxergar. Ah, senhoras minhas! que parecem contar os passos ao receber a Eucaristia, rosto sereno, amenizando os sulcos que expõem na face. Não parecem censurar, nem julgar os que estão fadados ao juízo final, mas apenas pedir que a misericórdia divina recaia sobre nós!

P.S. Na foto, Basílica de São Pedro, no Vaticano, repleta de Senhoras cheias de fé...

quinta-feira, 10 de outubro de 2013


Confiança é um tiro no escuro.
A crença
desejo do alcance da mira
verdade ou mentira?
palavras seladas
juras trocadas
no breu da madrugada
a dúvida acesa
centelha da certeza
que nunca terei...

                           
                              (Tâmara Rossene)

P.S. Na foto, o morrão, no Vale do Capão, com o sol se pondo...

terça-feira, 1 de outubro de 2013

E se for angústia
que ecloda em grito. 
E se for tristeza
que chova lágrimas.
E se for revolta
que se derrame em palavras.
E se for inquietude
que revolva poesia
e se lance sobre os meus dias...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013




Esse calor e essa agonia
que corrói
não sei o que mais dói
se a pele em total ebulição
ou se esse vulcão que por vezes nego.
Ah, esse desapego que não chega
e essa centelha que vigio.
Estamos mesmo por um único fio!
Enquanto o suor escorre
teu sussuro
labaredas rodeando
nosso mundo...

              (Tâmara Rossene)

P.S. Foto de Mariana Bomfim, em seu tumblr - http://misasmausoleum.tumblr.com/


E essa coisa de "sociedade da informação" vem me incomodando...tenho impressão que foi lançada uma maldição sobre nós, mais ou menos assim: terás acesso a todo o tipo de conteúdo, a informações dos quatro cantos do mundo, mas para teu tormento, não saberás o que fazer com elas. Que nível de utilidade você atribuiria  as informações que acessa diariamente? o que faz com toda essa gama de informação? há uma parte dela que retorna em prol do seu bem estar ou da coletivividade? me fiz essas perguntas, recentemente. Tive que admitir que perco horas a cata de informações inúteis. Difícil é me livrar delas! por isso acredito veementemente nessa maldição. Estou agora buscando estratégias, para conseguir fugir das suas garras...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013


Na minha breve passagem pelo Velho mundo, a memória de tudo aquilo que li e ouvi sobre a história de antigas civilizações, preservada sob meus olhos e nas lições minunciosas dos guias que nos acompanharam, me trouxe a reflexão de como guardamos pouco sobre a história que nos ronda, nas bandas do lado de cá...de nossas árvores genealógicas, sabemos talvez um pouco além da história dos nossos bisavós. Quem foram os nossos antepassados, as famílias que nos antecederam? os nomes dos coronéis, dos fazendeiros, dos primeiros habitantes dessa terra? noutro dia me supreendi com alguém que perguntou porque em toda a Bahia era feriado no Dois de Julho e uns três que estavam próximos repetiram a pergunta. Certa feita me contaram que há certo tempo, na Igreja Nossa Senhora da Guia, encontraram debaixo do antigo piso em reforma, lápides de moradores antigos de Ibotirama e que o Prefeito da época mandou colocar um piso novo em cima. Essa cultura de lançar cimento sobre os vestígios, sobre as ruinas da história que nos pertence não é apenas "privilégio" nosso... O que existia antes do "descobrimento" do Brasil não é considerado de relevância. As urnas da Piragiba, aqui no Muquém do São Francisco, perecem sem o devido valor, tanto quanto em outros lugares. O ciclo da mineração na Chapada Diamantina, apesar de quase aqui do nosso lado é parte desconhecida da história, para a maioria de nós. A história praticamente intacta nos mosaicos, nas imagens, nas pinturas, me trouxeram por alguns minutos de volta pros lados de cá. Bebendo da água da fonte de dois mil anos e pensando em quanto tempo ainda restará preservado, o que escorre da fonte do Velho Chico...

P.S. Na foto, a inscrição em latim "eu vi a água, saindo do templo, do lado direito". Tirada por Mariana, Vaticano, Roma, Itália.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013



Quero beber da fonte inesgotável
dos sentidos
que se oferecem nos caminhos infindos
entre o velho e o novo mundo.
Quero o toque profundo da memória
a me perturbar
a ampulheta que se esvai
enquanto cá estou 
girando entre pontos colaterais...

(Tâmara Rossene)

P.S. Na foto, com João Marcelo, na Piazza Santa Maria Del Popolo, em Roma, Itália.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Alguns amigos acreditam que houve um retrocesso no meu retorno ao interior. Capital é sinônimo de “acesso” e progresso... sinto falta de algumas opções de lazer, das livrarias, de algumas paisagens. Mas sempre que estou por aqui, utilizo os pratos da balança para avaliar... Nada se compara ao tempo que ganhei, chegando em 5 minutos a minha casa, após um dia de labuta e tendo quase que na totalidade as minhas duas horas de almoço. O meu quintal e o meu olhar sobre a mangueira que floresce em julho. A rede que observo se mexer da janela e da qual eu posso ver as estrelas. A minha visão, ao contrário do que acham alguns, se expandiu... antes eu sonhava numa carreira executiva em alguma multinacional. Era a minha fórmula mágica da felicidade! E eu estava a serviço desse mundo! Agora acho esse mudinho sobre o qual me debruçava, desse tamanhinho... não há como fugir a essa lógica do capital, mas hoje tenho calma para observar essa corrida desenfreada e para selecionar as minhas escolhas. Mas adoro essa ponte entre a metrópole e a pequena cidade... são os pêndulos sobre os quais me movo...

P.S. Na foto, a família (que ganha novos contornos no interior, reunida no quintal de Cristina)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sento em frente ao trono, enquanto o rei vai anotando o meu relato de queixas. 
Ele não me olha nos olhos. 
Não escuta o que eu digo. 
Mas escreve enquanto eu falo. 
E sem que eu termine, ele me estende a mão e me entrega a solução que encontrou. 
O rei, parece adivinho! 
Desperto do sonho repentino e recebo bruscamente a receita que o médico me entrega, gritando: 
 o próximo!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Escrevi esse poema quando voltei a Ibotirama, depois de tantos anos longe! Parabéns a minha terra, que está aniversariando e aos meus irmãos, nascidos nesse lugar...

Muito cedo
rompi cordões.
Velas distantes do Velho Chico
me jogaram às tormentas.
Desaprendi a amar
pessoas e vilarejos que deixei prá trás.
Incompleta voltei!
Estava em meu caminho refazer laços desfeitos.
Ah, meu umbigo deitado debaixo do limoeiro, voltei!
Ah, minha Anália, quanto tempo perdi!
Meu labirinto de recordações.
Já não reconheço as feições que ora se mostram
a luz de candeeiros.
Tardes de calor intenso
queimando em pedaços
que agora querem juntar-se.
Ah, Babilônia que me atormentava dias e noites.
Ponte que se quebra dentro de mim.
Ó mãe que me atou por um fio quando me perdi pelo mundo
e onde quer que eu fosse
mantinha a minha cabeça sempre voltada prá trás.
Ai, como órfã estive, longe do meu lugar!
Eu posso me atirar pelo mundo
em qualquer direção
Eu posso buscar outros destinos
outras terras
Algo sempre me trará de volta.
Entre caminhos e descaminhos
É impossível fugir a bússola que aponta continuamente
nessa mesma direção!
(Tâmara Rossene)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013


E prá suavizar o poema, uma fotografia de Mariana, que me transmite leveza, do seu tumblr  http://misasmausoleum.tumblr.com/

E quando o outro te ferir
que fique claro que o outro
está em corpo e espírito distintos do teu
e que o tempo corre diferente para o que está fora do teu ser
e que entre o que se espera e o que se concretiza
pode existir um poço profundo
onde cabem desilusões, incertezas
e universos desconhecidos.
Não há o que se cobrar
pela mágoa que o outro causou
mas que se ocupar em tratar a ferida aberta
e em compreender
que onde pousam as mãos humanas
aí se estende campo fértil de máculas.
Ai quem dera, que em nossas limitações
pudéssemos montar trincheiras
e ficar a espreita das dores
prontos para lançá-las pelos ares.
Mas amar é correr em campo aberto
e minado
jamais saberemos
o que "o outro"
nos terá reservado...

(Tâmara Rossene)



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

 Para brindar agosto que chega, tão quente prá nós e carregado de simbologias, um poeminha de um dia de agonia...

Eu queria tomar em minhas mãos
essa tua angústia
e lançá-la aos ventos
fazer de tua inquietude
o meu tormento
e de tuas lamúrias
o meu lamento.
Eu queria que o teu pesar
caísse sobre os meus ombros
e eu jogaria em meio ao oceano
esses escombros
aflições se arrastando em mar aberto.
Eu queria tua cabeça em meu colo
cafuné dissipando maus pensamentos
te livrar do fantasma da incerteza
devolvendo para sempre
tua leveza...

(Tâmara Rossene)


sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Cultura Popular Pede Licença!
Por Orlamara Andrade

Em nome da cultura popular, em memória dos nossos antepassados, dos nossos pais, avós, bisavós, tios, tias, em nome dos mestres que se foram, benzedeiras, parteiras, doceiras, bordadeiras, dos ofícios e modos de fazer, dos reiseiros Simão, Biscoito, Elizabete, Tarcila, Tinô e tantos outros que se foram, mas que gostariam de também estar aqui neste momento de reconstrução do que ainda nos resta. Precisamos salvaguardar nossa cultura popular! “ô de casa, ô de fora, ô casa, ô de fora, Maria vai ver quem é, Maria vai ver quem é, somos cantador de Reis, somos cantador de Reis, quem mandou foi São José, quem mandou foi São José...” Salve Mestre Curuta, salve Dona Teodora, salve Vicente e Dudu, salve Seu Carmélio e Nêga, Geneliza, Daizinha, Ariberto e Aribertino. Salve Maria e Matias! Salve as benzedeiras, em nome de Dona Maria e Tia Preta. As parteiras, em nome de Pomba, Mãe Josina e Mãe Dejanira. Salve os Mestres de capoeira, na pessoa de Dilcifran. Dos terreiros de Umbanda e Candomblé. Salve Filomena, seu Osvaldo, Dona Cleonice, salve Pelé e tantos outros que aqui se acham. Os contadores de causos, lendas e histórias. Orlando Ribeiro de Andrade e Irineu Ribeiro. Dos poetas, músicos e cantadores. Paulo Cupertino, Sílvio Araújo, Salve Téo Coutinho! Dos cordelistas, Josemário e Joilson Melo. Do teatro, Aliomar Joaquim Pereira. Salve, mestre! É preciso preservar o patrimônio e a memória dos que se foram e ainda do que nos resta. Salve Deus! Salve Nosso Senhor Jesus Cristo! Salve Deus nas alturas e os homens de boa vontade! Precisamos Senhores, temos urgência em salvaguardar o pouco do muito, que ainda nos resta. Nosso passado, presente e futuro. Nossa cultura popular! “Ô dá licença pelo amor de Deus, meu pai, dá licença nos trabalhos meus. Ô dá licença pelo amor de Deus, meu pai, dá licença nos trabalhos meus”. E Viva a cultura popular!
P.S. Na foto, Terno de Reis de D. Teodora, pelas ruas do São Francisco, em 2007.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Eu escrevo mais por dor
do que por alegria
menos por amor
mais por saudade e nostalgia.
Meus escritos se alimentam
da sangria que escorre.
Do suor
pela ferida que lateja.
Não ganham corpo
com beijo
ou festa
mas pelo olhar tristonho
que esboço pela fresta.
Sem  dor
nada me resta!
o que me corrói
se transforma em versos.
Na paz
nada se cria...
em meu universo pantanoso
surge minha poesia!

 (Tâmara Rossene)

quarta-feira, 10 de julho de 2013



 Uma poesia de meu pai...

MENINA TRAVESSA        
Menina travessa
Das boates da vida
Que rola feliz em braços diversos
Não se preocupando
Com o seu amanhã.
Pensa que é eterna
Que sua beleza jamais passará.
Não quer compromisso
Que a torne responsável
Por uma família
Ou um trabalho qualquer
Que a enobreça
Valorizando seu tempo
Seu corpo e sua graça
Pra ser amanhã
Mais do que hoje é.
Leal, honrada, sincera
Culta, amada,respeitada
Sem entregar-se as ilusões desmedidas
Que arrastam sem dó
Para os estragos da vida
Nas festas perdidas
Do tempo sem nada
Enfeitando as madrugadas
Dos cabarés da vida
Quando velha
Gorda, abandonada e feia
Os namorados de agora
Jamais virão
Lhe encontrar.

(Orlando Ribeiro de Andrade)

domingo, 30 de junho de 2013



Quando os fogos estouravam anunciando a Procissão de São Pedro no rio, meu coração de menina entrava em festa! Como eu queria descer o rio num daqueles barquinhos ornamentados e me juntar as vozes, aos cantos, ao andor todo enfeitado...Ontem eu senti o mesmo pulsar quando vi as embarcações enfileiradas no São Francisco. Embora o número de barcos estivesse reduzido (ainda que o número de pescadores cadastrados tenha crescido), essa tradição que se mantém, é sinal de que ainda estamos atentos aos costumes, aos ritos, a nossa alma barranqueira...Por segundos, me vi pequena de mãos dadas com minha avó Anália, atenta as reverências ao Padroeiro dos Pescadores. Viva São Pedro! Viva as nossas tradições!

sexta-feira, 28 de junho de 2013



Hoje estou sofrendo de saudade... de tentar aprender a letra de uma música e de passar horas tentando compreender a cabeça do autor, em uma palavrinha que me intrigou. De reeler Cem anos de solidão, sem pressa para virar a próxima página. De ficar horas a fio olhando nos olhos do meu amor, repetindo histórias que vivemos e que ficaram esquecidas pelos cantos. De tomar um café com a minha mãe, deixando a tarde andar, sem pressa. De narrar histórias para os pequeninos da família, imitando a voz dos personagens e fantasiando junto com eles. 
Hoje eu quero as pessoas que eu já não vejo, as falas que eu já não ouço, hoje eu quero também o ócio... Hoje estou sofrendo de saudades de mim mesma.

P.S. Abaixo, num momento de leitura no quintal, com João e Luís Antonio...
..

sexta-feira, 7 de junho de 2013


Nas décadas de 60 a 70 observou-se um movimento acentuado de migração, de residentes aqui de Ibotirama, em busca de regiões mais desenvolvidas para sobreviver. São Paulo era o "Eldorado" de muitos! assim como outras cidades do Sudeste e do Centro-Oeste. Anos se passaram e o movimento migratório continua, porém as distâncias se encurtaram. Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, tem recebido muitos de nossos conterrâneos, em busca do pão de cada dia. Mas, no passado era muito difícil ver um filho retornar a terra mãe. Mesmo aqueles que saíam apenas para estudar. Agora, tenho observado esse movimento acontecer. Temos visto filhos da terra que partiram e que agora voltam prá os braços do Bom Jardim. Muitos, com formação profissional, o que só nos engrandece. Eu mesma cumpri esse ciclo. Romantismos a parte, acho bacana essa coisa de termos saído em busca de crescimento e de voltarmos para contribuir com a terra que nos pariu. Se as oportunidades fossem maiores nos pequenos municípios brasileiros, essa realidade inverteria a lógica de buscar os grandes centros. Os aglomerados urbanos se reduziriam, junto com os bolsões de pobreza. Isso sem falar dos vínculos reatados, dos cordões reconstituídos, da história interrompida que agora recomeça...

P.S. Acima, a festa de São João, também de volta, no correto...

segunda-feira, 27 de maio de 2013



CAPITAL
Gosto da capital
com seus anônimos pela rua
o vai e vem incansável
as horas de pico
e as longas pistas
para corridas que não ganham prêmios.
Fecho os olhos e vejo as curvas
dentro dos ônibus apertados
o dinheiro contado da passagem
pacotes, pessoas e ambulantes se atropelando.
O custo, o ônus.
Gosto dessas incógnitas.
Dos desejos ocultos.
da noite que não chega para todos.
São casarões nas esquinas
com histórias esquecidas.
Calçadas freqüentadas apenas por mendigos.
Ruelas onde me encontro
e me perco.
Uma fúria por comprar, comer, tratar.
São mundos dentro de mundos.
Segundos velozes.
Horas intensas
e relógios quebrados
para muitos, tantos, milhares...
São lágrimas que não se percebem.
Histórias tão iguais
e tão solitárias...
Terras perdidas.
Dias repetidos.
Uma metrópole de corridas
de sonhos desfeitos
de pecados
amores
sentimentos mil...
Pessoas que cruzamos uma única vez
e que poderiam ser eternas em nossas vidas
mas que se despedem sem se olhar.
Incógnitas.
Separadas
pela  capital....
Pelo capital!

            (Tâmara Rossene)