quarta-feira, 25 de maio de 2011

Depois de salas fechadas, papéis, problemas alheios e burocraciazinhas cotidianas, as estradas são um dos meus maiores refúgios... A liberdade de olhar a paisagem por puro espírito contemplativo e de deixar os olhos e a mente divagarem, são como novas possibilidades que se abrem... Sempre que passo pela Chapada Diamantina por exemplo, fico pensando nas peripécias do homem ao cortar montes e elevações com tamanha precisão, porque precisamos seguir em frente. Da mesma forma, me enlevo ao pensar na precisão divina, ao criar uma natureza absolutamente perfeita, em inúmeras imperfeições...Fico fascinada em desvendar detalhes do meu trajeto! Uma janela escancarada a luz solar. Uma panela que fumega no fogão a lenha no quintal. Crianças que se atiram atrás d'uma bola encardida. Uma cor diferente no horizonte tão próximo a mim. Passando por Livramento de Nossa Senhora, vi serras enfileiradas como se emitissem feixes de luz, num efeito inexplicável e assombroso. O morro do Pai Inácio visto a noite, me lembra a sombra de um grande castelo perdido no espaço... As igrejas na beira das estradas, me dão uma sensação de que a fé está em caminhos diversos. O caminho rente ao mar remete a uma calmaria sem tamanho... Quando ando por trajetos conhecidos, sempre há marcos escolhidos por mim em outras viagens. De Itaberaba a Feira de Santana, tem uma casa avarandada, quase no pé de uma serra. Na serra da Mangabeira, uma fenda na rocha. De Ibotirama ao Muquém do São Francisco, um ipê que sempre está florido ao sinal da primeira chuva...Eu me refaço quando deito o olhar ora dum, ora doutro lado dos caminhos que percorro. É como se eu estivesse sempre em constante caminhar...


P.S. Foto de Mariana embevecida com o sol se pondo, em clique meu...



Um comentário:

  1. Pronto moça, já estou seguindo! :)

    Tantos textos lindos, merecem! Voltarei sempre com um bom chazinho e uns biscoitinhos pra curtir cada palavrinha tão bem colocada aqui!

    Beijão!
    Gica

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