quarta-feira, 30 de julho de 2014


E lá está! 
como se fosse centelha 
nossa casa
vermelha! 
Labaredas do quão intenso guardamos. 
Meus meninos 
teus queixumes 
nosso riso 
nossos planos. 
Um quarteto. 
Até a exaustão
argumentos 
nossos maiores medos. 
Tudo tão nosso e tão guardado 
desejos de nos trancafiar sempre ali 
o ninho que criamos 
nossa caixinha rubi...
                
                   Tâmara Rossene

sábado, 19 de julho de 2014


Me chamou a atenção uma reportagem sobre imigrantes ilegais que saem da Guatemala, Honduras, El Salvador, para os Estados Unidos. A tentativa de pular o muro, pra fugir da pobreza e da miséria, em situação de penúria, lançando fora qualquer vestígio de dignidade, arriscando o pouco que ainda resta. E fiquei pensando que nessa tão propagada globalização em que estamos afundados, há muros em todos os cantos. Principalmente, separando os mais miseráveis dos mais abastados. A aldeia global funciona bem para abrir novos mercados consumidores, ditar costumes, propagar ainda mais, o descartável. A aldeia global funciona, quando é preciso impôr ideologias, com a falsa impressão de que não se pode fugir a uma lógica existente. Como diria Milton Santos, "é como se o mundo se houvesse tornado, para todos, ao alcance da mão. Um avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemonônicos, mas o mundo se torna menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal".

P.S. Na foto, atravessando os campos de soja, do oeste da Bahia.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Castelo de Areia

A mesma mão que me aplaude
me aponta.
O mesmo que me bajula
me vira as costas.
Posição e poder
trazem a coroa
e minha corte de volta.
Contanto que eu não ouse
tropeçar pelo caminho...
Seu apreço
castelo de areia

até que venha o próximo vento.
                                      (Tâmara Rossene)