quarta-feira, 18 de setembro de 2013


Na minha breve passagem pelo Velho mundo, a memória de tudo aquilo que li e ouvi sobre a história de antigas civilizações, preservada sob meus olhos e nas lições minunciosas dos guias que nos acompanharam, me trouxe a reflexão de como guardamos pouco sobre a história que nos ronda, nas bandas do lado de cá...de nossas árvores genealógicas, sabemos talvez um pouco além da história dos nossos bisavós. Quem foram os nossos antepassados, as famílias que nos antecederam? os nomes dos coronéis, dos fazendeiros, dos primeiros habitantes dessa terra? noutro dia me supreendi com alguém que perguntou porque em toda a Bahia era feriado no Dois de Julho e uns três que estavam próximos repetiram a pergunta. Certa feita me contaram que há certo tempo, na Igreja Nossa Senhora da Guia, encontraram debaixo do antigo piso em reforma, lápides de moradores antigos de Ibotirama e que o Prefeito da época mandou colocar um piso novo em cima. Essa cultura de lançar cimento sobre os vestígios, sobre as ruinas da história que nos pertence não é apenas "privilégio" nosso... O que existia antes do "descobrimento" do Brasil não é considerado de relevância. As urnas da Piragiba, aqui no Muquém do São Francisco, perecem sem o devido valor, tanto quanto em outros lugares. O ciclo da mineração na Chapada Diamantina, apesar de quase aqui do nosso lado é parte desconhecida da história, para a maioria de nós. A história praticamente intacta nos mosaicos, nas imagens, nas pinturas, me trouxeram por alguns minutos de volta pros lados de cá. Bebendo da água da fonte de dois mil anos e pensando em quanto tempo ainda restará preservado, o que escorre da fonte do Velho Chico...

P.S. Na foto, a inscrição em latim "eu vi a água, saindo do templo, do lado direito". Tirada por Mariana, Vaticano, Roma, Itália.

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