segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Nas estradas do Mestrado em Crítica Cultural, fevereiro de 2016...


O vendedor de redes deposita a sua mercadoria sobre os degraus, com sacrifício. A chuva cai a alguns passos de onde ele se encontra. Mais uma vez o observo na solidão da rodoviária de Feira de Santana. Mais uma vez o encontro no cruzamento a que me disponho, entre Alagoinhas e Ibotirama. Ontem esbarrei em ZUMTHOR e em CANCLINI, teimando com as afirmações do que li do último, sobre cultura e globalização. Há pouco, fui atravessada por um lista de teóricos, em clima de euforia e cansaço. E cá estou eu de novo, me deslocando. No espaço e na área de formação. E mais uma vez a frente do Senhor que vende redes. Elas flutuam em suas versões coloridas e ele é como uma âncora. Está preso a esse semblante cansado. Mais uma vez eu saio da minha zona de conforto. Mas eu só queria um outro universo, onde eu pudesse flutuar! E ele aparece e atira a sua âncora aos meus pés, cortando-me as asas de plumas. Mas na madrugada eu adentrarei no meu reino. E ao acordar, o meu filho me beijará sorridente, afastando os olhos de súplica que insistem em aparecer onde nossos passos se cruzam. Até que na próxima sexta, quando eu estiver entre um e outro mundo, as suas redes venham novamente me sacudir....


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