sábado, 27 de agosto de 2011



Outro dia uma moça de São Paulo que estava por essas bandas, me confessou que havia tirado várias fotos do céu. Como a olhei interrogativamente, ela me revelou que nos seus 22 anos, nunca havia saído de São Paulo. Só conhecia um céu tão azul e com nuvens tão brancas, de fotos e imagens da tv e do cinema. Hoje me lembrei dessa história e de que o nosso céu é quase sempre assim... Mas só conseguimos falar do sol escaldante de cada dia. Há tanto por aqui que não há em outros lugares... Mas só a distância e a falta trazem a tona... É claro que nem tudo está perfeito. Mas a reclamação é sempre mais constante do que o reconhecimento. Outro dia estava observando o rio e me lembrei de uma época em que faltava água e corríamos para ele com latas e baldes. Parece que éramos tão mais felizes naquele tempo... Mas o tempo também é distância e consequentemente trás a sensação de falta. Nem sei porque comecei a postar isso. Se por saudosimo ou se por medo de ceder ao clamor das reclamações e perder o espírito contemplativo que sempre me acompanhou. Acho que reclamação em excesso, sem deixar de olhar o próprio umbigo e sem sair do lugar, endurece e por vezes, começa a virar mais maldade do que desejo de que a realidade mude! Indignar-se é absolutamente necessário, mas atitude e bom senso também. E depois, se somos incapazes de enxergar que o pano de fundo desse sol abrasador é um céu magnificamente azul, será que somos capazes de enxergar a exatidão dos fatos?

P.S. Acima, uma foto de meninas na beira do Velho Chico. Apesar do trabalho que exercem, me parecem com expressões felizes...Foto do mapeamento de cultura, por Orlamara Andrade

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