domingo, 14 de agosto de 2011

De volta a terra...


Muito cedo rompi cordões.

Velas distantes do Velho Chico me jogaram às tormentas.

Desaprendi a amar pessoas e vilarejos que deixei prá trás.

Incompleta voltei!

Estava em meu caminho refazer laços desfeitos.

Ah, meu umbigo deitado debaixo do limoeiro, voltei!

Ah, minha Anália, quanto tempo perdi!

Meu labirinto de recordações.

Já não reconheço as feições que ora se mostram a luz de candeeiros.

Tardes de calor intenso queimando em pedaços que agora querem juntar-se.

Ah, Babilônia que me atormentava dias e noites.

Ponte que se quebra dentro de mim.

Ó mãe que me atou por um fio quando me perdi pelo mundo e onde quer que eu fosse mantinha a minha cabeça sempre voltada prá trás.

Ai, como órfã estive, longe do meu lugar!

Eu posso me atirar pelo mundo em qualquer direção.

Eu posso buscar outros destinos.

Outras terras.

Algo sempre me trará de volta.

Entre caminhos e descaminhos.

É impossível fugir a bússola que aponta continuamente nessa mesma direção....

(Tâmara Rossene)

P.S. Na foto, enchente de 1992. Aí nesse lugar onde estou sentada, hoje é o Palco da Praça de Eventos.

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