sexta-feira, 5 de agosto de 2011


Infelizmente não pude ir ao lançamento do filme-documentário "Do Buriti a Pintada", em Brotas de Macaúbas. Mas hoje praticamente atropelei um compromisso, prá dirigir-me ansiosa para praça de Eventos, ávida por assisti-lo. Meu Deus, são tantos os que estão em grandes centros, próximos as fontes de captação
de recursos, dos recursos propriamente ditos; os que bebem da fonte da informação; os que tem acesso fácil a educação e cultura. Quantos desses se comprometem em nos livrar da amnésia que nos acomete quando se trata do nosso passado historico? Quantos dividem o conhecimento acumulado? Reizinho bebeu da fonte da história... Mas foi menino nascido e criado nesse sertão. Cruzou os limites que lhe margeavam. E enveredou-se no labirinto negro da ditadura, tomando como fio de Ariadne o desejo incontido e incontrolável de desvendar...O filme emociona pelos personagens de carne e osso que relatam os fatos vividos. Pelos paralelos traçados. Pelo resgate de fatos do cenário nacional que vieram bater as nossas portas. A trilha sonora é um capítulo a parte, principalmente nas vozes genuinamente ribeirinhas... Percebe-se na concepção da obra, que é quase impossível dissociar o historiador Renaildo, do artista Reizinho. Ambos parecem ter caminhado lado a lado, para que o documentário tivesse valor histórico, mas também uma dose de poesia e de musicalidade... Os agradecimentos com tantos nomes envolvidos, mostram a magnitude da obra. Foi impossível segurar as lágrimas quando vi estampado um agradecimento para meu pai, Orlando Ribeiro de Andrade, justamente no momento em que senti a falta dele na platéia. E para findar esse post, aproveito para falar que a Praça estava lotada e concentrada. Parece que "o artista chegou aonde o povo está".
Abaixo, poema de Reizinho...

O rei e o poeta
O poeta disse que o rei era ladrão
e mandaram calar o poeta
o poeta disse que o rei era autoritário
e mandaram prender o poeta
o poeta disse que o rei era ditador
e mandaram torturar o poeta
o poeta preso e torturado bradou
o rei é assassino!
e mandaram matar o poeta
o poeta então encantou-se!
virou estrela
nas noites a torturar o rei...
(Renaildo Pereira - Reizinho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário