Minha terra tem barquinhos que rumam para o infinito.
Tem flores brejeiras no mato.
Tem gosto de milho e feijão quando chove.
Tem cheiro de água barrenta
e tons coloridos no céu de sertão!
Então por que meu Deus?
tem meninos descalços
com pés mergulhados em lamas fétidas
de braços abertos como se estivessem
em um campo florido.
Tem mãos encardidas segurando o pão dormido
que sobrou do café de ontem.
De quem teve café ontem.
E tem velhos desdentados e de olhar triste
sobre as cercas escurecidas
como celas mal cuidadas.
Com seus atalhos e descaminhos
esse é meu lugar!
Quisera poder transformá-lo
Na terra dos meus sonhos!
(Tâmara Rossene)
Nenhum comentário:
Postar um comentário