quarta-feira, 2 de março de 2011

Na estrada...

Muitos me perguntaram (ou se perguntaram) porque saí da capital e voltei para a minha terra de origem. Na verdade, tudo foi rápido demais. Ou talvez, no fundo no fundo, eu já estivesse me preparando para que isso ocorresse. A verdade é que quando perdi a minha avó materna, senti uma dor enorme por estar distante. E como me aventurei muito cedo pelo mundo, senti falta dos momentos que não vivi próximo a família; ou do que ainda poderia viver. Talvez esse tivesse sido o primeiro prenúncio de que um dia eu voltaria...
Depois veio aquela loucura da cidade grande, a necessidade de estar perto da minha filha que crescia cada dia mais longe dos meus olhos, na correria diária.
Voltar, estar aqui, me fez reconstituir os laços que já se esvaiam... A possibilidade de andar mais devagar, de almoçar com a família, de ser reconhecida por pessoas que sabem mais dos meus antepassados do que eu mesma, tudo isso teve e tem um certo encanto. É claro que é bom ser reconhecida e chamada pelo próprio nome, mas a proximidade com a vida pessoal também incomoda. Da capital sinto falta do burburinho, de alguns amigos, das atrações culturais a preços populares (rsrs), das paisagens (minha Ribeira, baía de todos os santos, contorno...) e de outras visões de mundo.
Claro que um pouco do que acontece por aqui também acontece por lá...A forma de olhar através de um único ângulo, um individualismo crescente, a língua ardente...Tudo em uma proporção que pode ser mais sentida lá ou cá. Mas já estive em lados diversos, divergentes e de cada um sempre restou aprendizado. Não sou afeta aos extremos. Mas também temo os "mornos".
Ter voltado também me trouxe momentos preciosos ao lado de meu pai, que se foi tão cedo. Se eu estivesse em terras estranhas, teria uma dor muito maior do que a que trago agora...
Essa divagação entre um lado e outro da estrada nunca me assustou. Na verdade, sinto medo de criar raízes...

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