domingo, 6 de janeiro de 2013

Foi num janeiro que recebi uma vida prá cuidar, quando mal dava conta de mim mesma... Era uma sexta feira a noite, ali próximo a Igreja do Bonfim e num relampejo, eu desacreditei da minha capacidade de ser responsável por aquela menina de olhos vívidos e peito resfolegante. Noutro janeiro, num sábado de sol abrasador, lá se foi meu pai, num dia em que minha irmã mais velha aniversariava, tão cheio de sonhos e de vida, que custo a acreditar que janeiro o tenha levado embora. Há muitos janeiros atrás corri solta no quintal de meus avós, saltitante, em férias que eu desejava que nunca terminassem. Noutros janeiros o meu coração pulava com os grupos de reis que adentravam as casas, com músicas e vozes vibrantes, tão diferentes desses que se mostram nos dias de hoje... Num janeiro perdi o emprego, noutro achei que tinha chegado a oportunidade da minha vida. Num janeiro vivi feliz. Noutro triste. Num deles estava prestes a conhecer o amor da minha vida. Noutro, perdi. E noutro ainda, o recuperei. E vivo assim cismada com esse começo, que já foi muitas vezes para mim, o fim... Como ciclos que se iniciam e se encerram... Janeiro é prenúncio...E temor do que se anuncia. Mas como não posso evitá-los, que venham janeiros! É sinal de que o curso da vida continua...

P.S. Na imagem, a árvore que eu e Mariana nos debruçamos prá admirar, no caminho da Pratinha. Foto de Pedro Rutílio.

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