segunda-feira, 31 de dezembro de 2012



Pelo novo ano que se inicia, minhas reverências ao meu lugar e a janeiro que é prenúncio de tudo e é quando completo mais um ano desde a minha volta a Ibotirama. E vou completando mais um...Um Feliz novo ano para todos, dessa e outras paragens!

Gosto de andar na cidade
e ser chamada pelo meu nome.
Olhar para o céu a noitinha
e enxergar uma a uma
as estrelas.
Saber que o vizinho da direita
carregou-me nos braços
assim que nasci.
E que o da esquerda
me trazia frutas do seu quintal
nos meus verdes anos.
Que o nome daquela rua
foi de um conhecido do meu avô
que derrama sobre mim as suas histórias.
Que a menina de tranças na bicicleta
será apontada como minha filha
e como ela mesma.
Gosto de saber que na calada da noite
os bêbados, os vândalos
e os doidos
são mansos e conhecidos.
Gosto dessa sensação de todos termos um rosto
e um nome.
Cansei
de andar anônima por aí...

P.S. Na foto, um cenário nosso, o pescador jogando a rede, porque assim desejo que estejamos todos...


2 comentários:

  1. Esse seu poema, remete a uma conversa que tive com meu marido ainda hoje: a impessoalidade da cidade grande.

    Precisei contratar uma nova secretária do lar e é incrível como sentimos segurança em saber que fulana é filha de sicrana e de beltrano.

    Por outro lado, essa falta de anonimato nos cobra caro por nossos atos, qualquer deslize é motivo de fofoca, confusão e nesse "bolo" o seu pai sicrano e sua mãe sicrana sempre acabam participando indiretamente da história.

    ResponderExcluir
  2. Muito verdadeiro isso...prudência sempre por essas bandas! e às vezes, mesmo com prudência, ainda caimos em armadilhas...talvez um dia me canse disso tudo por aqui, mas por enquanto, ainda estou cansada da capital.

    ResponderExcluir