sábado, 13 de setembro de 2014

No meu retorno a Ibotirama, em 2005, ainda insegura com o processo de regresso e ansiosa pela mudança, eis que surge Rita em meu caminho, a princípio para me ajudar com as tarefas da casa. Mas depois passou a ser como um braço direito, que me socorreu por incontáveis vezes. Acompanhando de tão perto a sua luta para criar os filhos e vendo-a exercendo esse papel com tamanha dignidade e honradez, me sinto ínfima, quando são direcionados elogios a mim. Eu, que fui agraciada com tantas oportunidades, jamais poderia me sentir confortável, pensando nos meus próprios méritos, quando penso em pessoas como ela, que apesar dos direitos que lhe foram negados, contrariam as estimativas que as circunstâncias ditam. Ela certamente é muito maior do que eu e do que muitos que estão a minha volta, que tiveram estrutura familiar e um caminho apontado. E hoje eu estive assim, por algumas horas em frente a sua casa no bairro São João, feliz por celebrarmos mais um ano de vida que lhe chega, por termos nos tornado comadres e por ter exemplos como o dela, tirando a venda dos meus olhos e me mostrando de que tamanho eu realmente sou...

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