quinta-feira, 27 de março de 2014

Há uns dois anos, quando João Marcelo estava no auge da intolerância a lactose, que nos assombrava, cheguei em casa mais cedo, num dia complicado e cheio de preocupações. Naquela época, a lata de leite que ele tomava, custava pouco mais de cem reais, dez vezes mais do que o leite normal custaria. De repente para um carro em minha porta e uma mulher loira me chama. Seu rosto me é familiar, mas pouco sei a seu respeito. Depois de me esclarecer a sua identidade, passa a perguntar sobre a intolerância do meu João e a relatar que o seu filho teria o mesmo problema. Eu não sabia qual o seu propósito em ter ido até ali, mas de repente ela começa a falar do meu pai e a dizer que há poucos dias soube ser eu a sua filha e da  intolerância de João... E de repente me diz do respeito que tinha pelo sábio Orlando e me fala das latas de leite que recebia, acho que de uma amiga, que morava em outro estado. E que tem latas a mais em casa. E de repente me doa 10 latas de leite. O valor daquilo tudo foi inestimável! Muito maior do que o que o financeiro representava! Só quem tem um filho com a saúde abalada, sabe do que estou falando. Hoje João se curou do problema, mas fiquei aqui pensando na atitude dessa pessoa e no quanto me senti afagada num dia de agonia. E no quanto senti a presença do meu pai ao meu lado, naquele momento. E fiquei pensando que essa coisa de fazer o bem transcende barreiras. Apesar da sua ausência física, a ação dessa moça, foi reflexo das sementes lançadas por ele...

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