segunda-feira, 11 de julho de 2011


Quando eu voltava para casa, em Salvador, gostava de acreditar que a Paralela era o corredor verde que me levava de volta... Seis anos se passaram, e de lá para cá, a reserva de mata atlântica que margeava parte do caminho que eu percorria, está dando lugar ao concreto dos condomínios e prédios. Talvez por isso um frio tenha percorrido a minha espinha, quando eu vi o primeiro outdoor anunciando o Alphaville na Paralela.
Á partir daí, tudo foi num piscar de olhos! As tais licenças ambientais, foram exemplos de celeridade e de eficiência na máquina pública! Para se ter uma idéia, já acompanhei projeto para tratar de educação ambiental ter a sua licença liberada com mais de um ano da solicitação. No entanto, para destruir nossa pequenina floresta, em míseros 03, 05, 06 meses, estava tudo resolvido. E pensar que me incutiram a idéia de que a reserva daquela mata seria para sempre... Ah, mas uns pedacinhos de vegetação e de lagoas sobrevivem enfeitando os condomínios de luxo ali construídos! Bem que Malthus previu que a população cresceria em proporção geométrica e os alimentos, em proporção aritmética. Mas, por alimentos entenda-se que "a gente não quer só comida" e aquela velha história... Então, o que era patrimônio nosso, termina sendo privilégio da pequena maioria que pode pagar por ele. E depois vem o tal problema central da economia "as necessidades são ilimitadas e os recursos escassos". Logo, quem pode pagar, leva. É a lei do mercado.


Laissez Faire
É permitido explorar
escravizar
manipular
se apropriar.
Enquanto a mão
que está bem visível
calça luvas
compradas pelo Sr. estado.

Tâmara Rossene



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