sexta-feira, 6 de março de 2015

O rapaz observa a moça em total encantamento. Filha de uma amiga de uma tia, que veio trazer uma encomenda. Tão jovem ainda, mas já graduou-se. Agora anseia em seguir outros caminhos. Sacode os cabelos graciosamente e volta-se para ele. Ele bebe cada palavra dita e sonha pedir-lhe em casamento. Ela sorri e ele quer ter dois filhos. Não, quatro! e todos parecidos com a mãe. Se pudesse, faria o pedido naquele exato momento. A mulher perfeita. Ele quer ouvi-la mais, apenas para confirmar o que já constatara. Em meio ao diálogo, com a sua mãe ao lado, ela lhe diz que espera que não "seje" nenhum incômodo. A palavra dita que não volta. Ele quase aos gritos, lhe pergunta: Que o que? E ela repete: Que não "seje" nenhum incômodo. Ele quer morrer. A noiva era perfeita e agora a palavra, golpeia-lhe a face e lança com intensidade, ao chão, os seus planos. Lá se foram os quatro filhos e as alianças trocadas. SEJE! SEJE! SEJE! A palavra cravando em seu peito. Ele balbucia: Ah, maldita palavra! Ela e a sua mãe olham curiosas para ele com cara de interrogação. E ele, percebendo, tenta desfazer o dito e apenas responde: E eu espero que você seja feliz!



Um comentário:

  1. Um "seje" destruidor de sonhos. É como aquele "nós se entendemos"... Me senti no lugar desse rapaz, viu? Kkkkkkkkkkkkk

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