Me chamou a atenção uma reportagem sobre imigrantes ilegais que saem da Guatemala, Honduras, El Salvador, para os Estados Unidos. A tentativa de pular o muro, pra fugir da pobreza e da miséria, em situação de penúria, lançando fora qualquer vestígio de dignidade, arriscando o pouco que ainda resta. E fiquei pensando que nessa tão propagada globalização em que estamos afundados, há muros em todos os cantos. Principalmente, separando os mais miseráveis dos mais abastados. A aldeia global funciona bem para abrir novos mercados consumidores, ditar costumes, propagar ainda mais, o descartável. A aldeia global funciona, quando é preciso impôr ideologias, com a falsa impressão de que não se pode fugir a uma lógica existente. Como diria Milton Santos, "é como se o mundo se houvesse tornado, para todos, ao alcance da mão. Um avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemonônicos, mas o mundo se torna menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal".
P.S. Na foto, atravessando os campos de soja, do oeste da Bahia.
P.S. Na foto, atravessando os campos de soja, do oeste da Bahia.
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