Hoje me lembrei desse poema do meu Pai. Porque tolamente acreditamos que não somos responsáveis pelas misérias que nos rondam. A culpa é sempre do estado, da família, da sociedade, do sistema... E nós vamos crucificando os monstros que nós mesmos criamos, nesse universo onde o coletivo só existe, se nossos interesses particulares estiverem sendo defendidos. É aquela coisa, o sujeito está gritando por socorro ao meu lado, mas embora eu lamente, a dor não é minha. E vamos seguindo... doando roupas e brinquedos nas datas festivas, ligando pro Criança Esperança, colocando notas fiscais nas urnas das instituições de caridade e acreditando que assim, estamos nos eximindo das nossas próprias culpas...
O EXCLUIDO
Menino
descalço,
Choroso
desprezado
De
origem humilde
Faminto
engraxado
Das
praças da vida
Pisado,
cuspido
Chutado,
agredido
Que
insiste em viver
Em
nome de uma “tal esperança”
Criado
pelo ópio
De
uma perversa sociedade
Nascida
de dominante
Classe
exploradora
Que
o mantém excluído
Com
alegria e prazer.
(Orlando Ribeiro de Andrade)
Nenhum comentário:
Postar um comentário