segunda-feira, 27 de maio de 2013



CAPITAL
Gosto da capital
com seus anônimos pela rua
o vai e vem incansável
as horas de pico
e as longas pistas
para corridas que não ganham prêmios.
Fecho os olhos e vejo as curvas
dentro dos ônibus apertados
o dinheiro contado da passagem
pacotes, pessoas e ambulantes se atropelando.
O custo, o ônus.
Gosto dessas incógnitas.
Dos desejos ocultos.
da noite que não chega para todos.
São casarões nas esquinas
com histórias esquecidas.
Calçadas freqüentadas apenas por mendigos.
Ruelas onde me encontro
e me perco.
Uma fúria por comprar, comer, tratar.
São mundos dentro de mundos.
Segundos velozes.
Horas intensas
e relógios quebrados
para muitos, tantos, milhares...
São lágrimas que não se percebem.
Histórias tão iguais
e tão solitárias...
Terras perdidas.
Dias repetidos.
Uma metrópole de corridas
de sonhos desfeitos
de pecados
amores
sentimentos mil...
Pessoas que cruzamos uma única vez
e que poderiam ser eternas em nossas vidas
mas que se despedem sem se olhar.
Incógnitas.
Separadas
pela  capital....
Pelo capital!

            (Tâmara Rossene)

2 comentários:

  1. Minha "cabeça" é uma capital, com seu vai e vem incansável de pensamentos, desejos ocultos, histórias esquecidas, horas intensas, sonhos desfeitos e eterna construção de arranha céus de esperança. rs

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