domingo, 19 de maio de 2013

Cada dia estão mais escassos por aqui, produtos com a nossa identidade ribeirinha... nossos balaios, esteiras, rapaduras, gamelas, colheres de pau, artefatos que se arrastaram pelas gerações...noutro dia, perguntei por onde andava uma pessoa que fabricava carrancas e me disseram que há tempos fora empregar-se em alguma das fazendas de Luís Eduardo Magalhães. Deixou dezenas de proas incompletas, com os espíritos esperando para serem espantados por sua arte! Deixou mãos vazias de passantes, querendo uma lembrança que retratasse o Velho Chico! Uma pena, que tenham sucumbido aos novos modelos que vem se instalando. E que nós estejamos dispostos a entregar a nossa identidade e a mudar de rosto!  E que ainda tenhamos coragem de dizer que defendemos o rio São Francisco, quando também estamos sendo responsáveis pela morte ribeirinha e pela nossa morte, nessa passividade com a história que se apaga a nossa volta!
P.S. Nas fotos, prá lembrar os nossos ofícios, engenho de tio Elias na Canabrava, Cidé da Itapeba, fabricando fumo de rolo, quebradeiras de coco de Santa Cruz e Virino da arte de pescar...



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