sexta-feira, 1 de março de 2013


Estava assistindo a um documentário sobre o Haiti, no ultimo final de semana. E ao invés da reação que sempre me acomete, de tristeza e piedade, me ocorreu que estamos permitindo um campo de concentração sob nossos olhos. Comida, remédios e caridade apenas, não modificarão aquela realidade. É preciso investir em infra estrutura. É preciso construir uma sociedade real, com equipamentos urbanos, instituições, moradias, ferramentas para assegurar a diginidade. Pensei na definição de purgatório e inferno. Lembrei de lugares próximos a nós, onde a miséria também ronda... Pensei na fantasia de uma rainha de bateria de escola de samba, anunciando que a mesma custaria em torno de cento e cinquenta mil reais. Não resisti a fazer comparativos. Seis casas populares construídas, uma quadra de esportes, três laboratórios de informática, duas salas de leitura, um micro-ônibus para transporte escolar. Fiquei me perguntando se dez, vinte, fantasias de igual valor, custeariam quais benefícios para a coletividade. Fiquei me perguntando: Uma sapucaí lotada ou uma comunidade vivendo em condições mais humanas? A alegria fugaz a cada ano, para poucos, ou a felicidade coletiva de viver com mais dignidade? Perdi o sono pensando que Hittler instalava câmaras de gás e abreviava a morte. Mas que essa natureza de conceder esmolas, me trás a sensação de que prolonga os dias, mas que eles permanecem contados...

P.S. Na foto, a comunidade da Ilha Grande reunida, tecendo em palha de milho, de forma tão salutar, em contraponto as comunidades a que se referem o texto.




2 comentários:

  1. Essa sua conclusão é brilhante. Sou radicalmente contra qualquer tipo assistencialismo. Em paralelo a essa situação, temos o Japão, destruido por um terremoto como Haiti e completamente reestruturado em pouco tempo. Claro, lá o dinheiro é maior, porém, a corrupção é menor. O povo se uniu e todos, pobres, ricos, milionários, idosos, cada um dentro de sua possibiidade, em prol da resconstrução. Enquanto o Haiti, continuar passivo, esperando que alguém vá lá reconstruir seu país, nada vai mudar. A mudança tem que ocorrer no povo.

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