Estava
assistindo a um documentário sobre o Haiti, no ultimo final de
semana. E ao invés da reação que sempre me acomete, de tristeza e
piedade, me ocorreu que estamos permitindo um campo de concentração
sob nossos olhos. Comida, remédios e caridade apenas, não modificarão
aquela realidade. É preciso investir em infra estrutura. É preciso
construir uma sociedade real, com equipamentos urbanos, instituições,
moradias, ferramentas para assegurar a diginidade. Pensei na
definição de purgatório e inferno. Lembrei de lugares próximos a
nós, onde a miséria também ronda... Pensei na fantasia
de uma rainha de bateria de escola de samba, anunciando que a mesma
custaria em torno de cento e cinquenta mil reais. Não resisti a
fazer comparativos. Seis casas populares construídas, uma quadra de
esportes, três laboratórios de informática, duas salas de leitura,
um micro-ônibus para transporte escolar. Fiquei me perguntando se
dez, vinte, fantasias de igual valor, custeariam quais benefícios
para a coletividade. Fiquei me perguntando: Uma sapucaí lotada ou
uma comunidade vivendo em condições mais humanas? A alegria fugaz a
cada ano, para poucos, ou a felicidade
coletiva de viver com mais dignidade? Perdi o sono pensando que
Hittler instalava câmaras de gás e abreviava a morte. Mas que essa
natureza de conceder esmolas, me trás a sensação de que prolonga
os dias, mas que eles permanecem contados...
P.S. Na foto, a comunidade da Ilha Grande reunida, tecendo em palha de milho, de forma tão salutar, em contraponto as comunidades a que se referem o texto.
P.S. Na foto, a comunidade da Ilha Grande reunida, tecendo em palha de milho, de forma tão salutar, em contraponto as comunidades a que se referem o texto.
Essa sua conclusão é brilhante. Sou radicalmente contra qualquer tipo assistencialismo. Em paralelo a essa situação, temos o Japão, destruido por um terremoto como Haiti e completamente reestruturado em pouco tempo. Claro, lá o dinheiro é maior, porém, a corrupção é menor. O povo se uniu e todos, pobres, ricos, milionários, idosos, cada um dentro de sua possibiidade, em prol da resconstrução. Enquanto o Haiti, continuar passivo, esperando que alguém vá lá reconstruir seu país, nada vai mudar. A mudança tem que ocorrer no povo.
ResponderExcluirÉ isso...
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