segunda-feira, 9 de julho de 2012

No final de semana um Redemoinho salta de repente sob meus olhos...O vento e a poeira arrastam prá longe meus pensamentos e começo a divagar no tempo...Estávamos em Barreiras, morando ali pelo Sandra Regina, em plena década de 70. Acho que era um feriado de sete de setembro. O meu pai tentava tirar um cochilo e da cama observava pela janela aberta, um Redemoinho que parecia estar a quilômetros da nossa casa. Estávamos na cozinha, eu, minha mãe e meus irmãos. De lá, ouviamos claramente a voz do meu pai, narrando a trajetória do pé de vento. Dizia que estava arrastando tudo a sua volta e que tinha aumentado de tamanho e soube precisar exatamente a localização geográfica em que ele se encontrava. Depois complementou, falando da bobagem que considerava as pessoas dizerem que dentro de cada Redemoinho tinha um capeta dentro. E aí passou a desafiá-lo falando que não acreditava nessas crendices populares e que queria ver o tal pé de vento chegar naquele momento na sua casa. E sorriu, talvez acreditando que ele mesmo estivesse perdendo tempo com vento e poeira... Foi nesse momento que ele percebeu que ia se deitar com sede e se levantou para ir tomar um copo d'água. Nesse exato momento, quando já estava de pé ao lado da cama, um barulho ensurdecedor chegou até nós. O tal Redemoinho em milésimos de segundos destelhou a nossa casa e jogou dezenas de telhas em cacos sobre a cama, onde há pouco estava o meu pai...Ele, alvo como papel, depois de passado o susto, não perdeu a pose e disse que se o pé de vento tinha o capeta, ele tinha Deus, que o tirou da cama antes. E agora, essa história vem com o mesmo rompante das telhas sobre a cama, arrancar-me da rotina fustigante e me fazer sorrir... Mas prá você fica o recado, se não acredita, melhor não ousar desafiar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário