Eu antes tinha como meta prá minha vida, uma cadeira giratória, numa sala refrigerada e a tranquilidade de um emprego estável. Depois de muito esforço, essa realidade chegou, junto com a mecânica dos papeis, no cotidiano burocrático e repetitivo. E eu me senti escrava desse cotidiano! Penso nisso observando, em pleno sertão, as barrigudas em flor. Fugindo a predominância da paisagem ressequida, a floresta de galhos secos, a caatinga que se estende, sem folhagem, em alguns pontos, a exuberância da árvore em contraponto. Sendo apenas ela, uma festa! Nesse ponto, fico pensando em como nos prendemos a ilusões.
Porque depois de tudo o que eu vivi, se me perguntam o que eu queria viver no agora, eu respondo que eu queria estar sentada na sombra de uma barriguda florida. Porque onde tudo parece limitado, eu quero aprender a ser possibilidades... Como a explosão de galhos floridos, em plena seca do sertão!
Foto cedida pela querida índia catingueira, em Irecê - Bahia.